Alex Silvério - Reflexão Individual

       

         A unidade curricular de Modelos e Processos de Avaliação Psicológica, lecionada no quarto semestre do curso de psicologia, permitiu-me compreender melhor a importância que a avaliação psicológica tem para o exercício da psicologia. Através dos conteúdos abordados na cadeira, procurou-se que os alunos possuíssem uma visão geral do que é o processo de avaliação psicológica, bem como os diferentes métodos (observação, entrevista, escalas e testes), utilizados consoante as exigências de cada caso.

    Primeiramente, a avaliação psicológica é definida por Fernández Ballesteros (2005) como uma disciplina da psicologia que se encontra responsável pelo estudo científico do comportamento do sujeito, com o intuito de o descrever, classificar, prever e explicar ou controlar uma conduta. Pretende-se, a partir deste processo, verificar se os princípios gerais que são estabelecidos pela psicologia, nas suas mais diversas especialidades, se aplicam ao sujeito em estudo, com fins descritivos, de diagnóstico, orientação e/ou tratamento. Existem diferentes abordagens ou modelos teóricos que servem de base a esta avaliação, que divergem entre si em alguns aspetos.

        Ao se falar de um processo, falamos de um mecanismo regido por determinadas regras e que se desenrola de acordo com fases bem estipuladas. Isto ensina-nos a guiar o nosso trabalho por procedimentos preestabelecidos, para que possuamos garantias do mesmo, ao nível de fidelidade e validade e do rigor com que é efetuado. E, para escolher o método que mais se adequa, o profissional teve de conhecer quais as potencialidades e limitações de cada um deles, de forma a escolher aquele que mais se adequa a cada caso em particular. Nesta unidade curricular falamos de quatro métodos: observação – meio de recolha de informação privilegiado; pode observar-se diretamente o sujeito; uma das principais ferramentas do psicólogo; não é tão simples como aparenta, uma vez que, por ser pouco padronizado, apresenta uma dependência superior da postura e da experiência do sujeito; o treino do profissional torna-se imprescindível, para a recolha de dados ser efetuada de forma objetiva e clara –, entrevista – encontra-se quase sempre presente (no início quando o pedido é feito, no fim, aquando da comunicação dos resultados e durante toda a interação); permite estabelecer uma relação interpessoal, empática e compreensiva com o sujeito; permite, assim, promover a motivação e cooperação do sujeito; o entrevistador consegue adaptar-se ao entrevistado; método privilegiado para observar todo o comportamento, quer verbal, quer não verbal, escalas e testes – dos mais utilizados na avaliação psicológica; úteis em diversos domínios; em contexto clínico, uma avaliação inicial antes da aplicação de testes pode revelar-se muito útil para direcionar o resto da intervenção; em contexto educativo, testes de aptidões e de personalidade podem ser importantes como mecanismo de auxílio de encaminhamento dos jovens; na seleção profissional, uma vez que são passíveis de aplicar a um grande número de indivíduos, nas mesmas condições e através, até, do formato digital, o que permite reduzir de forma significativa o custo-espaço; é necessário que antes destes métodos serem aplicados, o profissional saiba detalhadamente a forma como os realizar, os fins e se são os mais adequados à avaliação.

        As questões éticas, normas orientadoras que nos permitem respeitar os direitos do indivíduo durante a sua avaliação e que afetará a forma como todo o processo decorrerá, foram também abordadas nesta unidade curricular. Em psicologia, a Ordem dos Psicólogos Portugueses, que rege a profissão, tem o seu código de ética e deontologia.

        Uma vez que os conceitos abordados se encontram subjacentes às mais diversas áreas da psicologia, é evidente a importância que estes assumem para qualquer profissional do ramo. 

        A unidade curricular Modelos e Processos de Avaliação Psicológica permitiu-me olhar, com outra segurança, para os métodos analisados, sabendo das suas potencialidades e limitações. Isto conduz-me a um conhecimento superior, a partir do qual posso encarar de forma mais pormenorizada a aplicação destes métodos, no futuro, caso seja necessário. 

        Os psicólogos devem ter sempre presente que a prática psicológica é um ato social, indissociável de todas as questões sociais. O psicólogo deve trabalhar sempre dentro de paradigmas consistentes, visando o sentido da responsabilidade e do conhecimento, nunca esquecendo a importância de ter uma atitude reflexiva permanente.