Catarina Fernandes - Reflexão Individual

 

        De forma a realizar a minha reflexão pessoal, primeiramente irei definir o conceito de Avaliação Psicológica. A Avaliação Psicológica é uma área da Psicologia dirigida à compreensão de problemas pessoais, grupais, institucionais ou sociais. Para desenvolvê-la, o psicólogo necessita de basear-se num modelo teórico que lhe possibilite compreender um determinado fenómeno. Nesse sentido, entre as tarefas envolvidas num processo de avaliação psicológica, deve-se incluir a análise de diversos aspectos relacionados com o sujeito e com contexto que está a ser avaliado. Por um lado, caberá ao psicólogo avaliador posicionar-se em relação aos diversos modelos teóricos existentes, de forma a poder interpretar o fenómeno em questão. Por outro lado, do ponto de vista técnico, o profissional dispõe de um número significativo de procedimentos (técnicas e testes) que o auxiliam a coletar as informações necessárias para a condução do processo avaliativo. Entre os procedimentos técnicos disponíveis, encontram-se as entrevistas e os instrumentos de avaliação – os testes psicométricos e projetivos. Os testes psicométricos são aqueles baseados em critérios mais objetivos para quantificar um determinado construto, demonstrando ou não a adaptação do sujeito em relação a padrões estabelecidos. Os testes projetivos, por sua vez, são baseados em critérios dinâmicos, globais e não observáveis para analisar e/ou caracterizar um determinado construto. A partir disso, torna-se importante enfatizar que os testes psicológicos são apenas ferramentas, meios para alcançar um fim, e nunca um fim em si mesmo (Urbina, 2007).

        Sendo assim, a unidade curricular de Modelos e Processos de Avaliação foi fundamental pois permitiu explorar esta componente essencial da Psicologia, seja Psicologia Clínica, Educacional, das Organizações, ou mesmo Forense, sendo este um conhecimento fundamental para o meu futuro como Psicóloga e que permitiu desenvolver o meu sentido crítico e reflexivo, no sentido de melhorar a minha capacidade de pensar e de ir além da informação base.

        A relevância das provas psicológicas na prática da psicologia bem como na vida das pessoas e instituições, enquanto clientes, exigem do sujeito avaliado total colaboração e do avaliador um conhecimento profundo do assunto. Ninguém, pelo simples facto de ser psicólogo, pode considerar-se automaticamente preparado para usar e rentabilizar, de forma eficiente e eticamente responsável, as provas psicológicas. É preciso treino e é preciso um grande trabalho de investigação antes de iniciar a aplicação de testes para saber que provas se adequam a cada caso. Esta investigação é apenas uma das fases de todo este processo que se tem tentado assemelhar a uma investigação científica com o intuito de se de tornar replicável e por isso mais credível.

        Com a realização deste portefólio foi possível perceber que a avaliação psicológica é um processo, e como tal engloba vários momentos, que vão desde a formulação de hipóteses á sua verificação. Falar de avaliação psicológica implica falar das suas metodologias e instrumentos, com a noção de que o que aqui foi abordado é apenas uma ínfima parte de tudo o que existe neste contexto.

        Avaliar em psicologia acarreta uma enorme responsabilidade, é necessário por isso garantir os aspetos éticos e científicos do processo. O avaliador é o pilar do processo de avaliação e é por isso fundamental que tenha a consciência do poder e da influência que exerce sobre a vida do cliente, do seu dever de sigilo sobre todos os aspetos relevados durante o processo bem como da sua responsabilidade para com o cumprimento da metodologia científica na escolha e aplicação dos métodos e técnicas utilizadas.